OCDE defende fim da indexação automática de salários no Luxemburgo
OCDE defende fim da indexação automática de salários no Luxemburgo
O objetivo é travar a pressão inflacionista, argumentam os peritos da OCDE. No relatório, que acaba de ser divulgado, defendem a reforma do sistema da indexação automática de salários no Luxemburgo, propondo que se negoceiem com os parceiros sociais aumentos que “tenham em conta os seus efeitos na produtividade, emprego e investimento”, pode ler-se no documento.
Os autores consideram que o atual sistema de aumento automático dos salários provoca o “risco de crescimento das tensões inflacionistas, beneficiando as classes mais favorecidas”. Para além da revisão do sistema, propõem “a criação de ajudas para os agregados familiares mais vulneráveis”.
Medidas justificadas tendo em conta o cenário da pressão inflacionista e crise energética provocados pela guerra na Ucrânia.
Aumentar a idade da reforma e acabar com as pré-reformas
Outra das medidas propostas pelo OCDE para “reforçar a resiliência face aos riscos” é o aumento da idade da reforma, tendo em conta o aumento da esperança média de vida. O relatório propõe, ainda, “suprimir progressivamente os incentivos à pré-reforma”. A organização defende, também, a introdução de “modalidades de organização do trabalho mais adaptados aos trabalhadores seniores”.
Estas recomendações têm o intuito de promover a sustentabilidade do sistema de segurança social. Segundo a OCDE, a despesa com pensões de reforma deverá representar 18% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2070, o dobro da percentagem (9%) de riqueza nacional destinada a financiar o sistema em 2022.
Reformar o sistema educativo
Para “melhorar a situação do mercado de trabalho e da produtividade” propõe-se uma longa lista de medidas, como a necessidade de aumentar o nível de competências dos trabalhadores, principalmente os mais velhos que estão entre os menos qualificados. Assim, propõe-se “financiar dispositivos de formação no emprego destinados a trabalhadores com mais e 45 anos”.
Para combater a elevada taxa de abandono escolar, que conduz os jovens ao desemprego, sugere-se “alargar as formações para ajudar os jovens que desistiram da escola a entrar na vida ativa, reformando o sistema educativo”. Como o Luxemburgo é um dos países da OCDE que menos investe em atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D), recomenda-se aumentar a despesa pública em I&D, incentivando também as empresas privadas a investir neste setor.
Outra das propostas aponta para a necessidade de reduzir as despesas administrativas necessárias à criação de novas empresas, simplificando os processos necessários à sua criação.
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