Luxemburgo contra reforma do mercado de energia
Luxemburgo contra reforma do mercado de energia
O Luxemburgo é um dos nove países da União Europeia (UE) que se opõe à estratégia, impulsionada por Paris, de fazer uma reforma do mercado europeu de energia que permita dissociar os preços da eletricidade e do gás, para fazer face à escalada de aumentos, no setor da energia.
O Grão Ducado, assim como a Alemanha e outros sete países da UE, assinaram uma declaração conjunta opondo-se a essa reforma, alegando uma possível perturbação dos mercados energéticos. "Como o aumento dos preços se deve a fatores globais, temos de ser extremamente cuidadosos antes de interferirmos na estrutura dos mercados energéticos domésticos. Isto não pode ser uma solução para amortecer a atual subida", referem os nove países, num documento divulgado esta segunda-feira, na véspera de uma reunião dos ministros da energia da UE.
A França tinha apelado à "dissociação" do gás e da eletricidade para evitar que os preços "de muito baixo custo" da energia nuclear sejam alinhados com os preços do gás. O Ministro das Finanças Bruno Le Maire pediu a uma "revisão profunda do funcionamento do mercado único da eletricidade", qualificando as suas regras de "obsoletas".
No entanto, Luxemburgo, Alemanha, Áustria, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Irlanda, Letónia e Países Baixos rejeitaram o apelo dizendo que "não podem apoiar qualquer medida que viole o mercado interno da eletricidade, por exemplo uma reforma ad hoc do mercado grossista".
Para este grupo, um mercado onde existe concorrência entre fornecedores de eletricidade "contribui para a inovação, segurança de abastecimento e é um elemento-chave para facilitar a transição" para energia com baixo teor de carbono.
O mercado europeu da eletricidade "funciona bem há cerca de vinte anos, com preços realmente competitivos (...) A intervenção poderia ser extremamente perigosa, poderia destruir toda a confiança neste mercado", advertiu o Ministro da Energia luxemburguês Claude Turmes no início de outubro.
Atualmente, o gás ajuda a fixar o preço global no mercado comum da eletricidade. O preço médio da eletricidade tem subido à medida que os combustíveis fósseis mais caros são utilizados para satisfazer o consumo crescente.
A Comissão Europeia considera que este sistema, conhecido como "preço marginal", é "eficaz" porque incentiva o desenvolvimento das energias renováveis (que têm baixos custos operacionais mas exigem um investimento inicial maciço). Em meados de Outubro, a Comissão disse que iria investigar possíveis "comportamentos anticoncorrenciais" e manipulações, mas não pôs em causa o mercado da energia.
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