Isabel dos Santos já não participa na reunião de Davos
Isabel dos Santos já não participa na reunião de Davos
O nome de Isabel dos Santos já não aparece na lista de participantes da cimeira de Davos, que decorre a partir de amanhã, terça-feira, naquela região Suíça.
Segundo avança o 'The Guardian', a empresária, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, terá sido retirada da lista depois de o consórcio internacional de jornalistas ICIJ ter revelado, este domingo, 19 de janeiro, milhares de ficheiros, num dossier designado de 'Luanda Leaks, que expõe os esquemas que terá usado para aumentar o seu património e se tornar na mulher mais rica de África.
Entre esses esquemas é apontado o que envolve a petrolífera estatal de Angola, a Sonangol, e que terá permitido a Isabel dos Santos, que foi presidente da estrutura entre 2016 e 2017, desviar, pelo menos, 115 milhões de dólares da empresa para o Dubai.
Os documentos revelam ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no Eurobic Lisboa, banco de que a empresária é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária.
“Num sinal de que a comunidade internacional está a começar a apertar o cerco contra Isabel dos Santos, o seu nome foi removido da lista de participantes que se vão reunir esta semana no Fórum Económico Mundial, o encontro anual de líderes políticos e de negócios”, escreve o 'The Guardian', citado pelo Expresso, jorna português que integra o consórcio de jornalistas.
Além do nome de Isabel dos Santos não se encontrar entre o grupo de políticos e empresários que se vai reunir em Davos, por arrasto, também a representação da sua empresa de telecomunicações Unitel, que terá pago para patrocinar o evento, estará a ser reequacionada, adianta a publicação britânica.
Consultora PwC cessa contratos
Esta segunda-feira, a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), que trabalhou para empresas controladas por Isabel dos Santos, anunciou ter cessado os contratos de serviços.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a consultora disse “esforçar-se para manter os mais altos padrões profissionais na PwC e estabelecer expetativas de comportamento ético consistente por todas as empresas da PwC na nossa rede global”.
"Em resposta às alegações muito sérias e preocupantes levantadas, iniciámos imediatamente uma investigação e estamos a trabalhar para avaliar minuciosamente os factos e concluir a nossa investigação", refere o comunicado enviado à agência Lusa.
A mesma nota acrescenta que a consultora tomou "medidas para encerrar qualquer trabalho em curso para entidades controladas por membros da família dos Santos".
Em Portugal, recorde-se, Isabel dos Santos detém capital em quatro grandes empresas: da Galp (de forma indereta), da Efacec, da NOS e do banco Eurobic.
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