Setor da Horeca sem funcionários. "Saíram do Luxemburgo"
Setor da Horeca sem funcionários. "Saíram do Luxemburgo"
Apesar do setor da Horeca estar a recuperar dos efeitos da pandemia da covid-19, enfrenta atualmente um outro problema: a falta de pessoal. François Koepp, secretário-geral da Horesca, confirmou em entrevista à RTL que o setor perdeu quase dois mil funcionários desde a crise sanitária.
Uma dos motivos prende-se pela forma como o Luxemburgo se tornou menos atrativopara os trabalhadores. "A vida tornou-se demasiado cara", garante Koepp, citando o aumento do preço das rendas, dos combustíveis e da alimentação. Somando o aumento dos salários nos países vizinhos e o fator 'engarrafamentos' nas estradas, muitos trabalhadores transfronteiriços colocaram em causa a pertinência de viver no país. "Alguns mudaram de profissão", enquanto outros simplesmente "deixaram o Luxemburgo", afirmou.
Apesar de considerar que o setor "não está em perigo", segundo François Koepp é preciso resolver alguns problemas, soluções que passariam por uma maior flexibilização do horário de trabalho.
"Devemos flexibilizar a forma de trabalhar, permitindo que as empresas façam acordos com os seus funcionários". Koepp defende, por exemplo, a semana de quatro dias úteis em vez de cinco, o que permitiria aos trabalhadores "passar mais tempo com a família e menos tempo na estrada".
Para isso, "seria necessário repensar grande parte da regulamentação" em vigor, segundo Koepp, insistindo que as decisões relativas à restauração e hotelaria devem ser tomadas em concertação com os profissionais do setor.
A 31 de maio, a ADEM tinha 950 vagas de trabalho para restauração e hotelaria, o que representa um aumento de 101,1%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Setor no bom caminho
Na entrevista à RTL, François Koepp falou ainda das perspetivas atuais para o setor. "Recuperámos bem desde o início da pandemia e a temporada de verão será boa", disse. Segundo os dados mais recentes, as receitas aproximam-se das de 2019, ano em que "tinham sido excecionais".
O secretário-geral reconhece, por fim, que os auxílios estatais têm desempenhado um papel importante nesta recuperação.
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