Escolha as suas informações

França trava ligação de gasoduto ibérico à Alemanha
Economia 2 min. 19.08.2022 Do nosso arquivo online
Energia

França trava ligação de gasoduto ibérico à Alemanha

Energia

França trava ligação de gasoduto ibérico à Alemanha

Economia 2 min. 19.08.2022 Do nosso arquivo online
Energia

França trava ligação de gasoduto ibérico à Alemanha

Redação
Redação
Governo francês contesta eficiência e rapidez do projeto, assim como as questões ambientais numa Europa em transição energética.

As aspirações de Portugal, Espanha e Alemanha de verem construído um gasoduto que ligue a Península Ibérica à Europa Central foram goradas, esta semana, pelo governo de Emmanuel Macron. 

O executivo francês continua a rejeitar a passagem de um novo gasoduto pelos Pirenéus, segundo noticiou esta quinta-feira o jornal espanhol El País. Na base dos argumentos para contestar o projeto estão questões de eficiência e rapidez e ambientais.


Gasoduto de Portugal para a Europa. Como vai ser e quanto custa
A nova ligação portuguesa pretende ser a solução para a crise do gás na Europa, tornando-se uma alternativa à importação russa.

Num comunicado, citado pela rádio espanhola Cadena SER, o Ministério da Transição da Energia francês considera que "este projeto levaria anos a tornar-se operacional e não responderia à crise atual". Em vez disso, o governo de Macro vê a construção de terminais de GNL em zonas offshore em países como a Alemanha como uma solução alternativa "mais rápida".

O documento acrescenta, de acordo com a rádio, que "os Estados-membros da UE com uma frente marítima empreenderam a construção de terminais de metano, uma solução mais rápida e que permite a importação de gás dos países do Golfo e dos Estados Unidos". O executivo francês insiste que "estes terminais no norte e leste da Europa, e especialmente na Alemanha, representam investimentos menores e mais rápidos".


Alemães preparam-se para casas mais frias e ruas escuras neste inverno
Algumas lojas já comunicaram que estão esgotar o 'stock' de aquecedores elétricos.

Os dois gasodutos nos Pirenéus, via Biriatou, no País Basco, e Larrau, em Navarra, "têm estado a funcionar em plena capacidade desde o início da crise ucraniana", com 225 gigawatts-hora, reconhece o governo francês. O projeto MidCat, um gasoduto de 120 quilómetros entre a fronteira espanhola e a cidade de Barbaira, a leste de Carcassonne, que foi abandonado em 2019, duplicaria a capacidade dos outros dois.

Contudo, há questões climáticas que se colocam, sobretudo quando os países da União Europeia estão comprometidos com metas e com a transição energética.  O governo francês, que tem feito uma aposta crescente na energia nuclear, questiona a criação "infra-estruturas de gás permanentes quando a Europa está a acelerar a transição para a neutralidade de carbono em 2050", lançando também dúvidas sobre a possibilidade de no futuro esse gasoduto poder ser utilizado para o transporte de hidrogénio verde. 

"As incertezas são muito elevadas sobre as capacidades de produção e consumo de hidrogénio e, subsequentemente, sobre a necessidade de uma infra-estrutura de tão grande escala com tanta antecedência", remata o relatório.


O Contacto tem uma nova aplicação móvel de notícias. Descarregue aqui para Android e iOS. Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.


Notícias relacionadas

Ficar (ainda mais) dependente da Rússia para o fornecimento de energia é uma autêntica bomba-relógio, e uma que já está a explodir.
O "Nord Stream 2", o segundo gasoduto no Mar Báltico que vai fornecer gás natural à União Europeia.