Fim do desconto em bomba. Ministro pede soluções para "problema europeu"
Fim do desconto em bomba. Ministro pede soluções para "problema europeu"
Após uma prorrogação final no mês passado, o desconto de 7,5 cêntimos por litro de combustível, introduzido para lutar contra a escalada dos preços da energia, terminou esta quarta-feira. Sem surpresa, o fim deste desconto já teve algum impacto nas bombas. Até porque, se o Luxemburgo não quis prolongar a medida, França decidiu aumentar o seu desconto de 18 para 30 cêntimos por litro até 1 de novembro e uma ajuda suplementar de mais 20 cêntimos nas estações de serviço da TotalEnergies.
Em suma, um conjunto de medidas radicais que parece pôr em risco o futuro do turismo do combustível no Luxemburgo.
Esta observação foi feita por Fred Keup (ADR) que interrogou o ministro da Energia, Claude Turmes (déi Gréng), sobre o assunto. "Não devemos esperar apenas que muitos trabalhadores transfronteiriços franceses encham o depósito no seu país de origem. No futuro, os cidadãos luxemburgueses também atravessarão a fronteira. Isto também teria um impacto negativo no orçamento do Estado", salientou o deputado.
Modelo francês não traria benefícios significativos
Na sua resposta parlamentar, o ministro da Energia excluiu desde logo a introdução de um modelo semelhante ao aplicado em França. "Segundo as últimas estimativas, a perda esperada de receitas fiscais para o Luxemburgo, que resultará da redução francesa, é da mesma ordem de grandeza que o custo que surgiria se medidas semelhantes, como as de França, fossem introduzidas aqui no Luxemburgo", explicou ele. Por outras palavras, a aplicação das mesmas medidas em solo luxemburguês não traria um benefício significativo.
Relativamente ao possível turismo de combustível invertido, o governante recordou também que o Luxemburgo deve poder contribuir para a luta contra as alterações climáticas. "E por isso o país deve reduzir as suas emissões de CO2 em 55% até 2030. Isto inclui também a redução gradual na venda de gasolina e gasóleo. O objetivo é, portanto, que a médio prazo, menos pessoas vindas do estrangeiro venham ao Luxemburgo para reabastecer, como acontece hoje."
Um problema "europeu" e não "luxemburguês"
Claude Turmes sublinhou também que o Luxemburgo não é o único país a sofrer aumentos nos preços da energia. "Este é um problema europeu e para o qual uma abordagem e medidas europeias são acima de tudo necessárias, porque só assim é possível estabilizar os preços da energia em toda a Europa. O Luxemburgo continuará, portanto, a trabalhar ativamente em prol de soluções comuns a nível europeu".
Os ministros da Energia da UE reunir-se-ão a 9 de setembro para discutir os próximos passos nesta questão premente. "O governo leva esta questão muito a sério. Assim, este ano, após a tabela energética da tripartida, foram já decididas ajudas diretas no valor de 923 milhões de euros e garantias estatais adicionais no valor de 500 milhões de euros para apoiar financeiramente cidadãos e empresas nestes tempos difíceis. Em particular, foi introduzido o crédito fiscal energético, bem como o subsídio energético para ajudar as famílias de baixos rendimentos", concluiu Claude Turmes.
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