Exploração de recursos no espaço pode gerar 170 mil milhões
Exploração de recursos no espaço pode gerar 170 mil milhões
De acordo com o estudo encomendado pela Agência Espacial de Luxemburgo, a utilização de recursos espaciais entre 2018 e 20145 deverá gerar "importantes benefícios socioeconómicos em muitas áreas", incluindo os impactos no Produto Interno Bruto (PIB), criação de emprego, bem como repercussões tecnológicas e de mercado em vários domínios técnicos, como análise dados, ciência dos materiais, manufatura e robótica.
"Um desenvolvimento desse porte irá acontecer, a única incerteza é quando", refere o diretor de Relações Internacionais na Agência Espacial do Luxemburgo (LSA), Mathias Link.
Os recursos naturais espaciais como a água e alguns minerais podem ser utilizados como combustível ou componente das infraestruturas espaciais e reduzir igualmente o custo das missões, aponta o estudo levado a cabo pela consultora PricewaterhouseCoopers (PwC).
Na Terra, os elementos podem ser utilizados na indústria automobilística, medicina ou nos componentes eletrónicos, mas com menos lucros do que no seu uso espacial, refere ainda o documento.
A utilização de materiais espaciais permite, também, reduzir a dependência dos recursos terrestres, que são limitados.
O estudo baseia-se nas agendas das missões espaciais institucionais e privadas previstas até 2045, como os projetos de um retorno do homem à lua, explorações em Marte ou o desenvolvimento do turismo espacial.
O documento estima que o desenvolvimento do uso desses recursos poderia gerar entre 845 mil e 1,8 milhões de empregos a tempo inteiro até 2045.
O Luxemburgo lançou em 2016 o SpaceResources.lu, um programa ambicioso que pretende fomentar atividades económicas no âmbito do Espaço e, mais concretamente, da exploração de matérias espaciais.
"No início, tínhamos a ideia de que estávamos a entrar num pequeno nicho, mas, com o passar dos anos, demo-nos conta de que este mercado está no centro de uma grande cadeia de valores", explica Mathias Link.
O governo luxemburguês juntou uma equipa de especialistas provenientes da Nasa, como Simon Peter Worden, e do ex-diretor da Agência Espacial Europeia (ESA), o francês Jean-Jacques Dordain.
Desde o verão de 2017, o Grão-Ducado conta com uma lei que garante às empresas ativas na exploração e extração de recursos espaciais a propriedade total de suas descobertas.
Somente os Estados Unidos possuem um marco legislativo parecido. "O Luxemburgo concentra-se mais nos recursos espaciais do que os Estados Unidos, que é a maior potência espacial do mundo", destaca Link.
O Grão-Ducado assinou igualmente uma série de alianças no campo espacial com Emirados Árabes Unidos, Japão, China, Polónia, Portugal e República Tcheca. "Estamos a negociar outros acordos", indicou esta semana o ministro da Economia, Étienne Schneider.
Desde 2016, cerca de 20 empresas ativas neste âmbito já se estabeleceram no Luxemburgo, com 70 funcionários, juntando-se às 800 pessoas que trabalham no setor espacial luxemburguês. A maioria trabalha em Betzdorf, na sede do operador de satélites SES, criado em 1985 e cotado na Bolsa de Paris.
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