Inédito. Empresas da construção ponderam recorrer ao desemprego parcial
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Inédito. Empresas da construção ponderam recorrer ao desemprego parcial
Foto: AFP
A situação no setor da construção é tão grave que as empresas estão a pensar pedir ao Governo a aplicação do regime de desemprego parcial (chômage partiel). Uma medida nunca solicitada para o setor da construção.
A situação no setor da construção é tão grave que as empresas estão a pensar pedir ao Governo a aplicação do regime de desemprego parcial (chômage partiel). Uma medida nunca solicitada para o setor da construção.
O objetivo é evitar a todo o custo despedir trabalhadores das empresas de construção, explica Miguel Carvalho da Federação dos Empreendedores de Construção e Engenharia Civil do Luxemburgo.
A proposta de pedir ao Governo o regime de desemprego parcial foi debatida na última reunião desta estrutura e recebeu o apoio de quase todos os membros. Uma medida nunca solicitada para o setor da construção.
Segundo as projeções, no prazo de seis meses, as empresas de construção deverão deixar de ter trabalho para assegurar o pagamento dos salários a todos os seus trabalhadores. Para evitar despedimentos a solução passa por colocar parte em desemprego parcial.
Miguel Carvalho, CEO da Carvalho Construction
Foto: António Pires
"Uma empresa com cem trabalhadores, se tiver seis meses de ocupação a 100% de massa salarial, a partir de seis meses é muito provável que receba encomendas limitadas e tenha apenas ocupação para 60%, tendo 40% de massa salarial sem ocupação”, exemplifica Miguel Carvalho. Com o regime de desemprego parcial pode pedir ao Estado ajuda para “temporariamente assegurar esse pessoal”, explica.
“Claro que estas são medidas temporárias e se a situação económica não mudar, as empresas serão obrigadas a despedir, o que queremos impedir a todo o custo”, conclui.
"Enquanto não se vende, não se constrói nada” o que torna difícil “assegurar os encargos das empresas e a massa salarial”, alerta Miguel Carvalho, CEO da Carvalho Constructions.
Em causa estão os subsídios de desemprego parcial pagos indevidamente pelo Estado às empresas, esclarece Tom Hoswald, coordenador-geral do Ministério do Trabalho, Emprego e Economia Social.
O regime de desemprego parcial pode durar até seis meses, consecutivos ou não, no espaço de um ano. A lei sobre a matéria, que é anterior à crise atual, estipula uma duração máxima de 1.022 horas por ano e por empregado a trabalhar a tempo inteiro.
Estes pedidos foram feitos só numa semana. O governo prevê gastar 500 milhões de euros em subsídios a estes trabalhadores em março devido à crise do coronavírus.
Face à situação que se está a viver no país e das repercussões que a crise sanitária está a ter na economia, o governo vai simplificar os pedidos para obter o desemprego parcial.
Marcados pela falência de três bancos norte-americanos e pela aquisição forçada do Credit Suisse, estes dias provocaram uma onda de pânico entre os investidores, a fazer lembrar a crise de 2008.
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