Economia luxemburguesa caminha para a recessão
Economia luxemburguesa caminha para a recessão
A mais recente análise do Statec sobre a conjuntura não deixa margem para dúvidas nem para grandes otimismos: confirma-se a tendência recessiva da economia luxemburguesa.
No flash publicado esta terça-feira, o instituto de estatísticas mostra que o impacto da guerra e da inflação no deteriorar da situação económica da Europa está a ter maiores consequências "à medida que entramos no outono", aumentando "a possibilidade de haver uma recessão".
Se, por um lado, a atividade económica "resistiu bem durante o segundo trimestre na zona euro", beneficiando do levantamento das restrições da pandemia, no Luxemburgo "foi revista em baixa", explica o Statec.
"No Luxemburgo, o PIB caiu 0,5% em termos trimestrais, no segundo trimestre de 2022 (depois de uma subida de 0,7% no primeiro)", refere o organismo na sua análise.
A construção e a indústria, que segundo o Statec tinham tido um bom desempenho nos primeiros três meses dos ano, foram os setores que mais contribuíram para esse recuo no PIB.
Já o sector financeiro "tem sido mais resistente", com um aumento trimestral de 2,4%, após uma descida de quase 4% no primeiro trimestre. Apesar dessa resistência, o valor acrescentado do setor "permanece abaixo dos níveis alcançados no final de 2021".
Confiança dos consumidores no nível "mais baixo de sempre"
A confiança dos consumidores atingiu o seu nível "mais baixo de sempre" em setembro, "tanto no conjunto da zona euro, como no Luxemburgo".
"As preocupações dos consumidores estão diretamente ligadas ao atual contexto inflacionista e em particular à subida dos preços da energia, agravada pela guerra na Ucrânia", sublinha o Statec.
A análise do instituto mostra que os esforços para reduzir o consumo de gás já estão a ter reflexos. "De janeiro a setembro, o Luxemburgo consumiu cerca de menos 20% de gás que a média dos últimos cinco anos."
Mas essa poupança tem sido feita, sobretudo, à custa de um impacto negativo na atividade industrial e na sua competitividade, traduzido num encerramento de uma fábrica vidreira e na queda na produção, observada desde junho, em 20 empresas da área da indústria onde o consumo de energia é habitualmente intenso. Estas situações explicam, segundo o Statec, dois terços daquela poupança.
"O outro terço poderá ser explicado por uma menor utilização de gás para aquecimento: o número de dias de aquecimento foi 5% inferior à média dos cinco anos anteriores", salienta o instituto.
Taxa de emprego deverá subir
A nível da taxa de desemprego, os efeitos ainda não se sentem mas não deverão tardar.
"No Luxemburgo, o aumento do desemprego permanece limitado por enquanto", refere o Statec, apontando a taxa de 4,7% da população em abril-julho e a de 4,8% em agosto e setembro.
"O nível de desemprego permanece historicamente baixo, mas a tendência é para que suba e se torne mais pronunciado nos próximos meses."
Também a criação de novos postos de trabalho "está a abrandar", apesar de ainda se ter mantido elevada no terceiro trimestre de 2022.
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