Covid-19. Luxemburgo com "recessão profunda em 2020"
Covid-19. Luxemburgo com "recessão profunda em 2020"
A atividade económica no Luxemburgo teve "uma quebra média" de 75%, no período de confinamento que decorreu de 23 de março a 17 de abril. Mas há setores como os cafés, restaurantes e a construção com quebras de 90% da atividade.
O impacto no Luxemburgo foi menor do que o registado nos países vizinhos, principalmente pela "resistência da atividade do setor financeiro e de parte importante da estrutura económica luxemburguesa", explica o organismo de estatísticas do Luxemburgo (STATEC). Esta entidade fez uma recolha junto de diferentes fontes de informação para avaliar a quebra de atividade nos diferentes setores da economia.
Face à incerteza do contexto atual, o STATEC traçou dois cenários económicos, tendo em conta duas hipóteses de evolução da situação sanitária no Grão-Ducado. Um primeiro cenário de "confinamento limitado" prevê uma forte queda da atividade económica no 3° trimestre e um regresso à normalidade na segunda metade do ano. O que representará uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 6% em 2020, e uma retoma de 7% em 2021.
Um segundo cenário, se acontecerem sucessivas vagas da epidemia, de confinamento prolongado em que se prevê uma quebra do PIB no ordem os 12% este ano e uma ligeira recuperação em 2021.
Como na generalidade dos países da zona euro, "a confiança dos atores económicos colapsou durante o mês de abril".
Todos estes elementos "desenham uma perspectiva de uma recessão durante o 1° semestre". "Se o sector financeiro, não foi afetado diretamente pela paragem dos setores de atividade decidida durante o confinamento, ele não foi poupado", escreve o STATEC.
Os resultados do inquérito de conjuntura na zona euro para o mês de abril "revelam receios mais fortes que durante a crise financeira de 2008, no que diz respeito à rentabilidade, benefícios e despesas de capital das sociedades financeiras", escreve o organismo de estatísticas luxemburguês.
A "queda de rendimento e da confiança das empresas e das famílias vai ter repercursões nos ativos detidos pelas sociedades financeiras", escreve-se na nota de conjuntura.
Abrandamento do crédito bancário
O inquérito ao crédito bancário no Luxemburgo revela que "os bancos prevêem uma baixa nos pedidos de créditos a longo prazo, e uma subida dos empréstimos a curto-prazo para as empresas com baixa de liquidez no 2° trimestre".
Já o setor da venda de combustíveis teve uma quebra de 30%.
Cerca de um terço dos trabalhadores em desemprego parcial
O relatório de conjuntura revela que, em março e abril, cerca de "30% dos trabalhadores estavam desemprego parcial". Atualmente, os setores dos cafés, restauração são os mais afetados com cerca de 80% dos trabalhadores neste regime.
Apesar deste recurso inédito ao desemprego parcial para assegurar a manutenção do emprego, a taxa de desemprego no Luxemburgo subiu em março para 6,1%, quando em fevereiro tinha sido de 5,5%.
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