Cada vez mais apelos à greve de companhias aéreas low-cost no verão
Cada vez mais apelos à greve de companhias aéreas low-cost no verão
Vários sindicatos europeus de assistentes de bordo da Ryanair estão a convocar greves para o próximo fim de semana em França, Espanha, Bélgica, Itália e Portugal. Além disso, um sindicato espanhol está a convocar nove dias de greve em julho na EasyJet.
Os funcionários da low-cost irlandesa devem fazer greve no sábado e domingo para exigir "a aplicação da lei laboral e o pagamento de horas extraordinárias", de acordo com o sindicato francês de assistentes de bordo (SNPNC, na sigla francesa).
"A empresa não respeita os períodos de descanso previstos no código da aviação civil", disse Damien Mourgues, delegado do SNPNC. O sindicato exige também um aumento salarial para o pessoal de cabine que "recebe o salário mínimo".
A 12 e 13 de junho, uma outra greve levou ao cancelamento de um quarto do horário da Ryanair em França, ou seja, cerca de 40 voos.
Prevista greve em Portugal de 24 a 26 de junho
Em Espanha, os sindicatos USO e SITCPLA apelam ao pessoal da Ryanair a fazer greve de 24 de junho a 2 de julho e exigem a aplicação de "direitos fundamentais do trabalho" e "condições dignas para todos os trabalhadores".
A indignação também está a afetar a low cost britânica EasyJet, uma vez que a Unión Sindical Obrera (USO) está a planear nove dias de greve em julho nos aeroportos de Barcelona, Málaga e Maiorca, nas Ilhas Baleares.
A greve durará 24 horas nos dias 1, 2, 3, 15, 16, 17, 29, 30 e 31 de julho, disse a USO.
Segundo o sindicato, "as tripulações de voo da EasyJet em Espanha têm atualmente um salário base de 950 euros" por mês, que é o "salário mais baixo" de "todas as bases na Europa".
Em Portugal, o pessoal da Ryanair deverá também entrar em greve de 24 a 26 de Junho para protestar contra o agravamento das condições de trabalho, como é o caso na Bélgica, onde Michael O'Leary, CEO da empresa, desvalorizou o número crescente destas ações laborais.
"Operamos 2.500 voos por dia. A maioria destes voos continuará a operar, mesmo que um sindicato entre em greve em Espanha ou se os sindicatos belgas do pessoal de cabine quiserem fazer greve aqui", disse numa conferência de imprensa, em Bruxelas, a 14 de junho.
Caos nos aeroportos "só irá aumentar" no verão
Em Itália, a greve da Ryanair está programada para durar 24 horas no sábado, 25 de junho. Os pilotos e os assistentes de bordo exigem salários "pelo menos de acordo com o salário mínimo previsto pelo contrato de transporte aéreo nacional" no seu país.
A Ryanair tem recuperado a sua atividade de forma fulgurante desde o levantamento das restrições impostas pela pandemia de covid-19, tal como toda a indústria aérea, e já está a exceder o volume de negócios registado em 2019.
Com a rápida recuperação do tráfego, muitas companhias aéreas foram forçadas a cancelar voos devido à falta de pessoal, como a EasyJet, e os aeroportos estão a ter dificuldades para absorver o fluxo de passageiros.
Na segunda-feira, a Federação Europeia dos Trabalhadores dos Transportes (ETF, na sigla inglesa) advertiu numa carta aberta que "o caos que a indústria dos transportes aéreos enfrenta só irá aumentar ao longo do verão, à medida que os trabalhadores forem sendo empurrados para o limite".
A greve dos trabalhadores do setor está a aumentar em toda a Europa e a ETF está "a encorajá-los a continuar a luta durante todo o verão", afirmou Livia Spera, secretária-geral da federação.
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