Bruxelas quer proibir importação de carvão russo pela União Europeia
Bruxelas quer proibir importação de carvão russo pela União Europeia
“Isto irá cortar outra importante fonte de receitas da Rússia”, observou Ursula von der Leyen, à margem do anúncio do quinto pacote de sanções proposto pela Comissão Europeia (CE), em Bruxelas. A Rússia é responsável por 45% das importações de carvão europeias, por isso esta decisão vai aumentar a pressão sobre a economia russa.
Por outro lado, a CE quer excluir quatro bancos russos do sistema interbancário internacional SWIFT, entre eles o VTB, o segundo maior banco do país. Estas instituições representam 23% do setor bancário da Rússia. A proibição destas transações pretende “enfraquecer ainda mais o sistema financeiro russo”. A UE já tinha bloqueado sete bancos russos do SWIFT.
Navios russos sem acesso a portos da UE
Além do carvão, Bruxelas quer proibir a importação de um vasto leque de produtos como madeira, cimento, marisco e licor, que representam uma receita de 5,5 mil milhões de euros para Moscovo. Esta proposta visa “cortar o fluxo de dinheiro da Rússia e dos seus oligarcas” e, ao mesmo tempo, “fechar as lacunas [criadas pelas trocas comerciais realizadas] entre a Rússia e a Bielorrússia”.
Paralelamente, a entrada nos portos da UE será vedada a navios russos ou registados na Rússia, com exceções para o transporte de bens essenciais como produtos agrícolas e alimentares, ajuda humanitária e energia. Relativamente à circulação por via terrestre, serão proibidas as operações de transportadoras rodoviárias russas e bielorussas, o que “limitará drasticamente as opções da indústria russa para obter bens essenciais”, segundo Ursula von der Leyen.
Estão também previstas proibições de exportação “em áreas em que a Rússia é vulnerável”, como computadores quânticos, semicondutores avançados, maquinaria e equipamento de transporte sensível, para “degradar a base tecnológica e a capacidade industrial da Rússia”. Esta interdição representa receitas na ordem dos 10 mil milhões de euros.
Sanções "mais amplas e mais severas"
A Comissão Europeia pretende, ainda, alargar a lista de indivíduos abrangidos pelas sanções e proibir as empresas russas de participarem em concursos públicos nos Estados-membros, “porque o dinheiro dos impostos europeus não deve ir para a Rússia, seja sob que forma for”, justificou a presidente. Da mesma forma, as instituições da UE não poderão “dar apoio financeiro, seja europeu ou nacional, a entidades públicas da Rússia”.
Este pacote quer tornar as sanções “mais amplas e mais severas”, mas a UE está a trabalhar em sanções adicionais, revelou Ursula von der Leyen. Estão a ser consideradas medidas relacionadas com as importações de petróleo e, ao mesmo tempo, estão a ser estudadas algumas ideias apresentadas pelos Estados-membros, como impostos ou canais de pagamento específicos.
As novas restrições surgem um dia depois de a UE ter anunciado uma investigação a alegados crimes cometidos pela Rússia em Bucha, cidade nos arredores de Kiev onde se descobriram indícios de massacre de centenas de civis, e noutras cidades ucranianas. “Estas atrocidades não podem e não vão ser deixadas sem resposta”, prometeu von der Leyen, sublinhando a importância de “manter a pressão sobre Vladimir Putin e o governo russo nesta altura crítica”.
O Contacto tem uma nova aplicação móvel de notícias. Descarregue aqui para Android e iOS. Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
