Escolha as suas informações

Verde, código, verde. Sporting avança na Liga Europa
Desporto 16 4 min. 17.03.2023
Liga Europa

Verde, código, verde. Sporting avança na Liga Europa

Pedro Goncalves festeja o golo frente aos ingleses, no estádio Emirate, em Londres.
Liga Europa

Verde, código, verde. Sporting avança na Liga Europa

Pedro Goncalves festeja o golo frente aos ingleses, no estádio Emirate, em Londres.
Foto: John Walton/PA Wire/dpa
Desporto 16 4 min. 17.03.2023
Liga Europa

Verde, código, verde. Sporting avança na Liga Europa

Rui Miguel Tovar
Rui Miguel Tovar
Sporting surpreende Arsenal em Londres nos penáltis (5:3) e avança para os ¼ final da Liga Europa.

Arsenal, líder da Premier League. Sporting, quarto classificado da 1.ª divisão. A diferença é muita. Aliás, muuuuita. No papel, claro. No campo, alto lá e pára o baile. Então? Simples, o Sporting bate o pé ao Arsenal com muita bola, excepção feita à segunda parte do prolongamento, e justifica o apuramento inacreditável na Liga Europa.

Que noite mágica em Londres, mais uma a juntar ao álbum de recordações das equipas portuguesas na UEFA na ressaca do 3:1 do Benfica em Highbury no tempo de Eriksson. O Arsenal volta a ser o vencido, agora no Emirates. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. E os estádios. A festa, essa, é portuguesa. Com certeza. Cortesia do Sporting Clube do Coração, uma equipa da cabeça aos pés, até nos penáltis (cinco remates, cinco golos), (parabéns pela eficácia de uma equipa só com derrotas na UEFA no desempate, vs. Dínamo Minsk 1984 e vs. Nápoles 1989).

Sem o capitão Coates, bravíssimo leão na eliminatória anterior, vs. Midtyjlland, o Sporting entra com a braçadeira entregue a Adán. O guarda-redes é uma figura maiúscula. Pelo único penálti defendido no desempate (Gabriel Martinelli) e pelas duas/três defesas portentosas durante os 120 minutos. Que monstro. No bom sentido, claro.

As principais imagens da partida:

À imagem de Pedro Gonçalves. Tudo gira à sua volta, todos lhe passam a bola e ele, criterioso, faz tudo bem. Até o golo. E que golo, nossa senhora. Um chapéu de 35 metros, pouco depois do meio-campo, sem balanço nem hipóteses para o adiantado Ramsdale.

Há mais heróis de verde e branco, sim. E também os há do outro lado, porque o Arsenal, verdade seja dita, faz por chegar à vitória antes dos penáltis. Talvez com medo da marca dos 11 metros. E aí, ladies and gentlemen, reentra a figura Adán. No ‘cara ou coroa’, o guarda-redes ganha e escolhe a baliza encostada aos adeptos do Sporting, obvioulsy. Antes, dizíamos, o Arsenal faz muito para chegar ao 2:1. O central Gabriel Magalhães, por exemplo, faz dois cabeceamentos para golo em minutos seguidos. No primeiro, Adán salva com o braço direito. No segundo, é Diomandé a salvar em cima da linha com o joelho.

O Arsenal quer evitar os penáltis, o Sporting já nem pode com uma gata pelo rabo e recua até à sua área. Pudera, as despesas do resto do jogo passam pelo Sporting quase sempre. Há ali períodos de intenso domínio, sobretudo após o 1:1 genial de Pedro Gonçalves. Tiremos-lhe o chapéu, insistimos. Edwards tem o 2:1 nos pés, numa abertura de Esgaio. Só que o inglês acerta em cheio na cara de Ramsdale. Longe vão os tempos dos goleadores imparáveis com golos pelo chão, como Nené – pelo ar, abre-se todo um leque de probabilidade para o guarda-redes, desde os braços, às pernas e, lá está, à cara. Pobre Ramsdale, assistido pela equipa médica por uns minutos.

Por falar em abrir os braços, Adán (!otra vez, coño!) salva um golo certo de Trossard aos 97 minutos, após um atraso de bola inconcebível de Essugo. Aliás, de todos os suplentes de Amorim (um no tempo regulamentar e mais três no prolongamento em contraste com as cinco substituições de Arteta antes do minuto 90, duas delas ainda na primeira parte, ambas provocadas por lesão), só Nuno Santos resulta em pleno. E é porque é dele o penálti decisivo, o 5:3. De resto, Chermiti e Essugo acusam demasiado a responsabilidade, com o avançado mais preocupado em cair para a piscina do que em deslumbrar num palco à maneira.

Contra todas as previsões, sobretudo depois do sorteio, do 2:2 no José Alvalade e do momentâneo 1:0 de Xhaka em Londres, o Sporting marca presença no sorteio dos ¼ final da Liga Europa, já esta sexta-feira, em Nyon. A acompanhá-lo equipas do nível do Manchester United, Roma, Union St. Gilloise, Feyenoord, Sevilha, Juventus e Bayer Leverkusen. Agora escolha. Ou não. Por enquanto, é gozar o prato. O Sporting elimina o líder da Premier League, ainda por cima na sua casa – é a segunda vez em 11 anos, após aquele 3:2 no campo do Manchester City em 2012.

Agora com mais emoção e o picante dos penáltis. Sem esquecer, nunca, jamais, o golaço de Pedro Gonçalves. Se Nuno Santos entra para o Prémio Puskas da FIFA com aquela letra vs. Boavista, no domingo, o que dizer do chapéu do artista mais irreverente do Sporting? Chapeau.

Sob a arbitragem do espanhol Mateu Lahoz, eis os actores principais e secundários no Emirates:

  • Arsenal: Ramsdale; Tomiyasu (White 9’), Gabriel Magalhães, Saliba (Holding 21’) e Zinchenko; Jorginho (Partey 65’) e Xhaka (cap); Nelson (Saka 65’), Fábio Vieira (Odegaard 100’) e Gabriel Martinelli; Gabriel Jesus (Trossard 46’); treinador Mikel Arteta (espanhol)
  • Sporting: Adán (cap); St. Juste, Diomandé e Gonçalo Inácio; Esgaio, Ugarte, Pedro Gonçalves (Essugo 93’) e Matheus Reis (Nuno Santos 93’); Edwards (Tanlongo 119’), Paulinho (Chermiti 90) e Trincão (Arthur Gomes 105’); treinador Rúben Amorim (português)
  • Marcha do marcador: 1:0 Xhaka (19’); 1:1 Pedro Gonçalves (62’)
  • Indisciplina: Expulsão do sportinguista Ugarte (118’, duplo amarelo)
  • Desempate por grandes penalidades: St. Juste, 0:1; Odegaard, 1:1; Esgaio, 1:2; Saka, 2:2; Gonçalo Inácio, 2:3; Trossard, 3:3; Arthur Gomes, 3:4; Gabriel Martinelli, defesa de Adán; Nuno Santos, 3:5

(Autor escreve de acordo com a antiga ortografia.)

O Contacto tem uma nova aplicação móvel de notícias. Descarregue aqui para Android e iOS. Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.


Notícias relacionadas

No deve e haver, o Benfica é mais feliz que a Juventus em Turim. Acredite, é verdade. E também acredite nesta verdade: o Benfica em Turim é ovacionado de pé.
Na estreia do novo sistema das competições europeias, FC Porto joga em Roma com a vantagem mínima e, agora sim, confortável do 2:1.
O bis de Toni Martínez é uma almofada confortável para o jogo da segunda mão contra a Lazio, em Roma.