Sporting-FC Porto, um filme já muito visto
Sporting-FC Porto, um filme já muito visto
Fim de papo. O FC Porto continua na perseguição ao líder Benfica e o Sporting afunda-se por completo, já a dez pontos do segundo lugar, o último de acesso directo à Liga dos Campeões.
O clássico no José Alvalade é um filme muito visto, até minimal-repetitivo. Na hora em que o Sporting é obrigado a dar uma resposta assertiva da sua capacidade, é o FC Porto quem sai do estádio com a vitória no bolso. No terceiro clássico entre os dois clubes em 2022-23, entre 1.ª divisão e Taça da Liga, é a terceira vitória portista. Só esse dado já explica muito. Se acrescentarmos a falta de muitos atributos ao Sporting, aí já entramos no campo da psicanálise. Já lá vamos, calma.
First things first. O Sporting estreia Bellerín à direita e lança Fatawu à esquerda para acompanhar o trio de ataque, com Chermiti na posição central a fazer de Paulinho, perdoado à última hora e relegado para o banco de suplentes. Já o FC Porto convive sem Otávio no meio e atira André Franco para o ataque, como parceiro de Taremi.
A bola sai do FC Porto e vai logo para a área do Sporting, limpa Coates a impedir uma bola perigosa de Taremi para Pepê. A dinâmica portista é mais afoita e o lateral Zaidu avança com perigo aos 9’. Vale a atenção de Adán com uma chapada na bola.
O Sporting só se liberta das amarras no instante seguinte. Quando o faz, há duas perdidas incríveis. A primeira é fabricada por Fatawu, aos 20’. O cruzamento rasteiro para a área de penálti é mais de meio golo, Edwards encosta mal e a bola sai ao lado. Ali tem de ser golo, ponto. Aos 23’, Bellerín imprime velocidade a uma jogada pela direita e cruza atrasado para o remate frouxo de Trincão, à figura de Diogo Costa.
No último quarto de hora, o FC Porto volta a dar sinais de perigo e, aos 33’, Taremi atira à barra na cara de Adán Por incrível que pareça, com a baliza à sua mercê, Marcano cabeceia por cima. Acto contínuo, Rúben Amorim faz a primeira substituição e saca Trincão. Para o seu lugar, Paulinho. Em cima do intervalo, Marcano dá o corpo ao manifesto num remate de Chermiti e Diogo Costa defende para canto um livre directo de Edwards.
Ao intervalo, 0:0 e tantas oportunidades de golo.
Na segunda parte, o Sporting entra a dormir e o FC Porto passa mais tempo no meio-campo adversário. Ganha um canto. Dois. Três. Aos 61’, na sequência de uma troca de bolas na esquerda, Uribe recebe e ganha o ressalto, cortesia Ugarte. A bola passa caprichosamente por entre as pernas de Gonçalo Inácio e Uribe isola-se dentro da área. Com toda a calma do mundo, ilude Adán com um remate mais em jeito do que em força. Está aberto o marcador, e agora Sporting?
…
Os minutos passam e a pergunta repete-se: e agora Sporting? Nada, o Sporting nada faz, nem cócegas. O FC Porto está cómodo à defesa. Insistimos na ideia, os minutos passam e nada de nada. O Sporting joga em casa e simplesmente não consegue pisar a área, quanto mais incomodar Diogo Costa. Só ao cair do pano, mais em força do quem em jeito, é que surgem as oportunidades.
A primeira é aos 87’, cruzamento largo de Edwards até ao segundo poste e Chermiti aparece para encostar. O remate é leve e venenoso, porque o rapaz está perto da baliza e é daquelas bolas que fazem confusão a qualquer um. Menos a Diogo Costa, o keeper afasta com categoria. Em cima dos 90’, Chermiti faz o 1:1.
Ou não. Na hora do remate de Ugarte para a defesa (mais uma) de Diogo Costa, o avançado sportinguista está 61 centímetros adiantado ao último defesa do FC Porto e o árbitro socorre-se do VAR para silenciar toda uma multidão. No uso da palavra, Artur Soares Dias chama os capitães e diz de sua justiça antes de indicar a ilegalidade.
Em seguida, o quarto árbitro levanta o quadro electrónico e lança sete minutos de desconto. Ao quarto, Toni Martínez ganha uma bola de cabeça e Pepê aproveita para ligar o turbo. O brasileiro passa por um e pica bem a bola à saída de Adán. Bola ao meio e o Sporting avança destemido como se ainda fosse possível.
Será? Ai é, é. Porque Arthur Gomes cruza bem para a entrada de Chermiti. O Sporting reduz, o estádio dá largas à sua alegria e o FC Porto defende-se. Antes do apito final, canto para o Sporting e subida do guarda-redes Adán. É seu o remate de cabeça, em esforço, ao lado. Fim de papo, o Sporting está fora de tudo, à excepção da Liga Europa, e o FC Porto ainda tem tudo à sua frente.
Sob a arbitragem de Artur Soares Dias, eis os actores principais e secundários:
- Sporting: Adán; Gonçalo Inácio, Coates (cap) e Matheus Reis (Arthur Gomes 70); Bellerín (Esgaio 55) (Diomandé 70), Ugarte, Pedro Gonçalves e Fatawu (Nuno Santos 46); Edwards, Chermiti e Trincão (Paulinho 35); treinador: Rúben Amorim (português);
- FC Porto: Diogo Costa; João Mário (David Carmo 89), Pepe (cap), Marcano e Zaidu; Pepê, Uribe, Grujic e Galeno (Toni Martínez 75); Taremi (Manafá 83) e André Franco (Eustáquio 84); treinador Sérgio Conceição (português);
- Marcadores: 0:1 Uribe (61); 0:2 Pepê (90’+4); 1:2 Chermiti (90’+7);
(Autor escreve de acordo com a antiga ortografia.)
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