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Portugal-Irlanda (2-1). É preciso ter cabeça num jogo de casados contra casados
Desporto 3 min. 01.09.2021 Do nosso arquivo online
Crónica de jogo por Rui Miguel Tovar

Portugal-Irlanda (2-1). É preciso ter cabeça num jogo de casados contra casados

Crónica de jogo por Rui Miguel Tovar

Portugal-Irlanda (2-1). É preciso ter cabeça num jogo de casados contra casados

Foto: Lusa
Desporto 3 min. 01.09.2021 Do nosso arquivo online
Crónica de jogo por Rui Miguel Tovar

Portugal-Irlanda (2-1). É preciso ter cabeça num jogo de casados contra casados

Rui Miguel Tovar
Rui Miguel Tovar
Dois golos de Ronaldo, um ultrapassa o iraniano Ali Daei como rei do golo nas selecções e o outro garante a vitória

Cento e nove. Em sete minutos, 111. Ronaldo marca os dois golos da salvação, derruba a Irlanda e passa a ser o melhor marcador da história ao nível de selecções. O recorde do iraniano Ali Daei já faz parte do passado, agora o número um é português num jogo mau, mau, mau.

A uma primeira parte sem ritmo e completamente aos trambolhões, responde-se com uma segunda sem pés nem cabeça. Quer dizer, sem cabeça até ao minuto 89. O cruzamento de Gonçalo Guedes é primoroso, o cabeceamento idem idem. Ronaldo empata e abana finalmente a confiança do guarda-redes Bazunu, autor de uma exibição primorosa, ao ponto de defender um penálti do próprio Ronaldo aos 15’ e ainda um livre directo aos 88’. A história da grande penalidade tem a sua piada, porque é o sétimo penálti falhado por Ronaldo na selecção, o segundo ao serviço do Man United. Adivinhe lá em que dia? Isso mesmo, tal como hoje, 1 Setembro. Só que de 2006, em Copenhaga, vs Dinamarca, na qualificação para o Euro-2008.

Avançamos precisamente 15 anos e eis-nos a ver um Ronaldo à United sem arte para ultrapassar o guarda-redes da marca dos 11 metros. A alegria irlandesa é contagiante e o jogo prossegue na sua lenga-lenga. À beira do intervalo, há choque entre Patrício e Palhinha. É canto para a Irlanda. McGrath marca-o para a entrada da pequena área e o central Egan sobe entre Cancelo e Ronaldo para fazer um golo de cabeça de belo efeito. Patrício esboça a defesa, e só.

Para a segunda parte, Santos faz entrar André Silva para o lugar de Rafa. Nada, o efeito é quase nulo. Portugal está plantado no meio-campo da Irlanda, sim, só que a bola anda de um lado para o outro sem critério. O tempo passa, a Irlanda queima-o à grande. Cada reposição de bola é de uma lentidão exasperante. Na aflição, bola para as couves. Se Portugal joga sem critério, Irlanda imita-o ainda pior. O problema é que Portugal devia jogar mais, a Irlanda não sabe mais. É muito limitada, e defende a vantagem como se fosse a final de um Mundial. É só um jogo de qualificação para o Mundial-2022, mates.

Verdade seja dita, é casados contra casados. Que pobreza franciscana. A sério, é lamentável ver tanto desnorte. Mesmo as oportunidades perdidas na cara do golo são um poema desastroso. Neste aspecto, Bernardo tem uma bola por cima da trave com tudo à sua mercê. Depois, o rodízio de substituições. A entrada do lateral Nuno Mendes é um fiasco tremendo, com duas bolas para o pinhal e uma perda descabida na sua área defensiva. Já a entrada de Gonçalo Guedes é positiva, porque o homem dribla, vai à linha e cruza. Num desses centro, Ronaldo cabeceia bem, picado, 110. Bazunu, o único irlandês em grande estilo, atira-se à bola. Desta vez, em vão.

 Bola ao meio, o árbitro dá cinco minutos de descontos. É pouco, mas compreende-se. Se fosse contar tintim por tintim as tropelias dos irlandeses, o prélio acaba só amanhã e a malta tem de ir trabalhar, qu’isto já é Setembro e tal. Bola ao meio, dizíamos. A Irlanda numa aflição, again. E Portugal a mandar-se para fora de pé naquela do 2-1. Que aparece no último instante, cortesia Ronaldo. De cabeça, one more time. João Mário serve, Ronaldo 111. É inglório para Bazunu. Sempre terá uma história para contar aos filhos, ‘defendi um penálti do maior goleador de selecções do mundo.’ Nos festejos, Ronaldo tira a camisola e vê o amarelo. Falha o próximo jogo. O 112 vai só acontecer em Outubro.

 Sob a arbitragem de Matej Jug (Eslovénia), eis os actores principais e secundários no Estádio do Algarve em Faro/Loulé

PORTUGAL Patrício; Cancelo, Pepe, Rúben Dias e Raphaël; Palhinha; Bruno Fernandes e Bernardo; Rafa, Ronaldo (cap) e Jota. Jogam ainda Nuno Mendes, Moutinho, João Mário, André Silva e Gonçalo Guedes

Treinador Fernando Santos (português)

IRLANDA Bazunu; Duffy, O’Shea e Egan; Coleman (cap), Hendrick, Cullen, McGrath e Doherty; Connolly e Idah. Jogam ainda Omobamidele, Molumby, Collins e McClean

Treinador Stephen Kenny (irlandês)

Marcadores 0:1 Egan (45); 1:1 Ronaldo (89); 2:1 Ronaldo (90+6)

Nota Bazunu defende penálti de Ronaldo (15)

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