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Mundial 2022. Seguranças obrigados a 84 horas de trabalho por semana no Qatar
Desporto 07.04.2022 Do nosso arquivo online
Amnistia Internacional

Mundial 2022. Seguranças obrigados a 84 horas de trabalho por semana no Qatar

Um dos estádios construídos no Qatar para receber o Mundial de Futebol.
Amnistia Internacional

Mundial 2022. Seguranças obrigados a 84 horas de trabalho por semana no Qatar

Um dos estádios construídos no Qatar para receber o Mundial de Futebol.
Foto: AFP
Desporto 07.04.2022 Do nosso arquivo online
Amnistia Internacional

Mundial 2022. Seguranças obrigados a 84 horas de trabalho por semana no Qatar

AFP
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Segundo a Amnistia Internacional, as condições de alguns trabalhadores nas obras do Mundial 2022 são comparáveis ao "trabalho forçado".

As condições de trabalho dos seguranças no Qatar, "em projetos ligados ao Mundial 2022", são comparáveis ao "trabalho forçado", denunciou a Amnistia Internacional (AI) num relatório divulgado esta quinta-feira. 

Milhares de agentes deverão ser recrutados até ao início do Mundial de Futebol, que decorre entre 21 de novembro a 18 de dezembro deste ano, no Qatar. Cerca de trinta e quatro atuais e antigos empregados de oito empresas de segurança privadas, trabalhadores migrantes principalmente do Quénia e Uganda, descreveram dias de trabalho de mais de 12 horas, sete dias por semana (84 horas por semana), por vezes sem sombra ou água potável durante os meses mais quentes. 

A lei laboral no Qatar prevê um máximo de 60 horas de trabalho, por semana, e um dia de folga, o mínimo estabelecido pela Organização Internacional do Trabalho. Os trabalhadores que tiram licença por doença "arriscam-se a reduções arbitrárias dos seus salários", descreve a AI, observando que as horas extraordinárias também são mal pagas, sem oportunidade de serem defendidas por um sindicato. "Não te podes queixar, senão és despedido e deportado", disse um dos funcionários entrevistados entre abril de 2021 e fevereiro de 2022. 

As condições de trabalho e os salários variam de acordo com o país de origem, denota a organização. Os trabalhadores da África subsariana são os mais mal maltratados, segundo os relatos dos próprios, que descrevem ainda casas "superlotadas e pouco higiénicas" durante a estadia. 

Os trabalhadores emigrantes entrevistados trabalharam para três empresas contratadas durante os torneios da FIFA no Qatar (Campeonato do Mundo de Clubes e a Taça Árabe). Segundo explica a AI, a FIFA e o comité organizador do Mundial não renovaram os contratos com duas dessas empresas e denunciaram-nas ao Ministério do Trabalho do Qatar.

Algumas empresas vão sempre tentar "contornar o sistema", disse uma fonte da organização à Amnistia, comprometendo-se a retificar abusos. "O Qatar tomou medidas imediatas para tratar de casos específicos de irregularidades", defendeu, por sua vez, o Ministério do Trabalho do Qatar. 


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