Luxemburgo já tem academias de râguebi
Luxemburgo já tem academias de râguebi
A recente subida da seleção luxemburguesa de râguebi à Conferência 1 Norte, o equivalente ao escalão europeu da modalidade, deixou os responsáveis do XV grão-ducal satisfeitos e ao mesmo tempo com mais ambição.
Zélito Neves, secretário-geral da Federação Luxemburguesa de Râguebi, e ex-internacional pelo Grão-Ducado, congratula-se pelo facto, mas diz que é fundamental continuar a trabalhar porque existem, na opinião do dirigente, muitas coisas para melhorar: “O râguebi tem evoluído no Luxemburgo, mas esta dinâmica tem de continuar para se atingirem outros patamares. A criação da recente Academia foi muito importante. As parcerias que temos feito com o Ministério dos Desportos e vários estabelecimentos escolares dão um maior conhecimento da modalidade aos jovens que, a pouco e pouco, começam a interessar– se cada vez mais pelo râguebi”, sublinha.
A importância das escolas no futuro da modalidade
“Também comecei a jogar aos 16 anos quando estava no liceu. Ao contrário da maioria dos portugueses, que só queriam jogar futebol, fui treinar a Walfferdange, gostei e fiquei. E seis meses depois estava a disputar o Campeonato do Mundo de Juniores, na cidade de Toulouse, em França”, recorda.
“Os clubes já têm academias para os jovens, algo que tem sido bastante positivo para a evolução da modalidade. Era importante termos mais um clube no norte do país para descentralizar o râguebi e dar uma oportunidade aos jovens que lá moram de conhecer e praticar”, lança Zélito que se confessa “esperançado” na criação de um clube nortista.
Os quatro clubes no país (Walferdange, CSCE, Rugby Club Luxembourg e o mais recente Rugby Terres Rouges de Dudelange) disputam uma competição interna, mas algumas das suas equipas participam também em campeonatos na Alemanha e na Bélgica.
O trabalho de Alexandre Benedetti, Diretor Técnico Nacional, também foi elogiado pelo dirigente lusodescendente: “As diretivas da Federação e do Diretor Técnico Nacional têm sido trabalhadas e colocadas em prática pelos clubes e os resultados têm sido positivos. Há uns anos, a modalidade vivia muito de jogadores estrangeiros que vinham trabalhar para o Luxemburgo e alguns oriundos de países limítrofes que inclusive jogavam pela nossa seleção. Hoje, já temos mais de mil praticantes de ambos os sexos e de todas as faixas etárias e um dos objetivos é formar a breve prazo uma seleção ’made in Luxembourg’”, garante Zélito.
A formação de treinadores é outro dos pontos positivos do programa federativo apontado por Zélito, que vê na construção do novo estádio mais outro motivo de satisfação.
O desejo de voltar a jogar frente a Portugal
“Jogar no novo estádio, que só estará pronto em 2019, vai ser ótimo para o râguebi luxemburguês. Disputar os jogos internacionais num recinto moderno e acolhedor funciona como uma motivação extra para todos”, vinca. E revela o desejo que quer realizar: “Gostava que o primeiro jogo internacional da nossa seleção A no novo estádio fosse com Portugal. A seleção portuguesa já aqui jogou há muitos anos e representei o Luxemburgo nesse dia. Nunca mais vou esquecer. Gostava de encher o estádio com luxemburgueses e portugueses, já que, além dos laços que unem os dois países, é a maior comunidade residente”, conclui.
Á. Cruz
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