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FC Porto fora da Champions. Linha, poste, barra, finito
Desporto 10 4 min. 15.03.2023
Liga dos Campeões

FC Porto fora da Champions. Linha, poste, barra, finito

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FC Porto fora da Champions. Linha, poste, barra, finito

Foto: Miuguel Riopa/AFP
Desporto 10 4 min. 15.03.2023
Liga dos Campeões

FC Porto fora da Champions. Linha, poste, barra, finito

Rui Miguel Tovar
Rui Miguel Tovar
Inter empata 0:0 no Dragão e segue em frente para os ¼ final da Liga dos Campeões.

Muito coração, demasiado até. O FC Porto acumula 180 minutos sem golo vs. Inter e falha a viagem com o Benfica até Nyon para o sorteio de sexta-feira para os ¼ final da Liga dos Campeões.

É um fado, o do FC Porto. Antes do pontapé de saída, Sérgio Conceição recebe a notícia da ausência forçada do capitão Pepe, por lesão. É um rude golpe, à última hora, a juntar à ausência disciplinar de Otávio, expulso na primeira mão em Milão por dois amarelos sem pés nem cabeça.

A primeira parte é tranquila, o tempo passa e o Inter nas sete quintas. Valium? Quer dizer, o FC Porto bem se esforça por criar perigo, só que o Inter fecha-se à grande e à italiana, um pouco à imagem do Milan em Londres vs. Tottenham, há uma semana – e a circunstância é exactamente a mesma, 0:0 a defender o 1:0 da primeira mão.

As imagens da partida:

O primeiro a dar um sinal de si é Uribe, do meio da rua, aos três minutos. A bola ganha um efeito para fora e assusta Onana, cujo salto felino junto ao poste afasta a bola para canto com a ponta dos dedos. Só aos 19’ é que o FC Porto volta ao ataque com propriedade, remate rasteiro de Eustáquio e defesa de Onana.

O Inter acorda para a vida e começa a gerar o pânico à guarda de Diogo Costa, por intermédio de Dzeko (22’). Depois, mais um momento prolongado de Valium. O Inter sabe adormecer o jogo, Dumfries em destaque maiúsculo. O lateral holandês irrita de sobremaneira nos demorados lançamentos laterais, um dos quais revertidos a favor do FC Porto por uso excessivo da bola. Dumfries também é artista nos saltos para a piscina, quedas aparatosas com toques de fantasmas e queixas infinitas em zonas esquisitas do corpo. Enfim.

Contra isso, o FC Porto reage sem chama por aí além e não sabe dar corda aos sapatos. Daí até aos 40 minutos, nem ai nem ui – Onana é um espectador mais, os centrais idem idem. Até ao momento em que se desbrava o caminho do golo em plena área interista, com Taremi a desmarcar Evanilson já dentro da área e o remate do brasileiro a ser travado in extremis por Dimarco para canto. O próprio italiano festeja o corte como se de um golo se tratasse, com os braços levantados e a boca bem aberta.

Até ao intervalo, tanto Inter (por Lautaro) como FC Porto (por Eustáquio) aparecem à boca da baliza com oportunidade real de sair a festejar e falham por centímetros: Lautaro, o alvo; Eustáquio, a bola.

Na segunda parte, o Valium nem sequer entra em campo (uffff) porque o FC Porto quer marcar a todo o custo e empatar a eliminatória o mais cedo possível. Uribe volta a ser o primeiro a assustar Onana com um pontapé fora da área (47’), segue-se uma ocasião de Galeno (55’) e o Inter só consegue segurar a onda portista a partir dos 60 minutos, antes da entrada de Lukaku, o autor do único golo da eliminatória.

O FC Porto responde com André Franco e Toni Martínez, alarga o jogo e estende o domínio. Pepê liga o turbo, Grujic avança mais no terreno e Taremi deixa de ser um náufrago na ilha. O FC Porto avança, destemido. Como que a dizer, está na hora de deixar a marca.

É de Grujic o primeiro aviso sério na sequência de um lançamento lateral de Uribe. Mais uma vez, Onana encaixa bem, com categoria (76’). O Inter já nem ataca, só defende a magra vantagem num estilo bem italiano, com pinças e sem exagerar nas faltas à entrada da área. Os últimos instantes fazem-se atabalhoadamente, porque o FC Porto carrega sem cabeça e só com coração, e entramos nos sete minutos de descontos. Sete minutos de uma roda-vida sem igual, um carrossel de emoções vibrante.

Aos 90’+3, Toni Martínez está perto de deslumbrar com um pontapé de bicicleta e a bola sai ao lado. Aos 90+5, Taremi atira para golo numa jogada confusa na zona do penálti e é Dumfries quem afasta na linha. A jogada prossegue e Taremi acerta no poste. A jogada continua e Grujic atira à trave. Que situação, o Inter nem sabe a quentas andas. Nem o FC Porto, já agora. 

A falta de sorte conjugada com a acumulação de cansaço atira o Dragão para um poço sem fundo de desespero, sobretudo quando o Inter afasta a pressão com pontapé para a frente e Lukaku vê-se dono e senhor da bola. 

A malta desespera e faz coisas sem noção. Pepê é expulso, Conceição vê o amarelo e o árbitro apita fim da eliminatória no momento em que há jogadores do FC Porto a cercar Lautaro junto à linha de fundo.

Sem fazer um futebol apelativo, o Inter passa aos ¼ final e faz companhia ao arqui-rival Milan. Já o FC Porto é eliminado por falta de golo. Nem um em 180 minutos.

Sob o apito do polaco Marciniak, eis os actores principais e secundários no Dragão:

  • FC PORTO Diogo Costa; Pepê, Marcano (cap), Fábio Cardoso e Zaidu (Wendell 85); Eustáquio (Toni Martínez 71), Uribe (Danny Namaso 85), Grujic e Galeno; Taremi e Evanilson (André Franco 71); treinador Sérgio Conceição (português);
  • INTER Onana; Darmian (Skriniar 80), Acerbi e Bastoni (De Vrij 74); Dumfries, Mkhitaryan, Çalhanoglou, Barella (Brozovic 80) e Dimarco (D’Ambrosio 70); Dzeko (Lukaku 70) e Lautaro (cap); treinador Simone Inzaghi (italiano)
  • Indisciplina expulsão do portista Pepê (90+7, duplo amarelo)

(Autor escreve de acordo com a antiga ortografia.)

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