EDITORIAL: Competência, experiência e seriedade, as armas de Fernando Santos
EDITORIAL: Competência, experiência e seriedade, as armas de Fernando Santos
Por Álvaro Cruz - Ao substituir Paulo Bento no comando da selecção portuguesa de futebol, Fernando Santos tem desempenhado a contento o delicado papel de gerir as suas “tropas”.
Assumiu com a experiência e competência que o caracterizam, o que muitos viam como um “presente envenenado”: um posto como principal responsável de uma selecção que tem em Cristiano Ronaldo a sua figura mais emblemática, mas cuja qualidade futebolística exibida como equipa tem estado ultimamente a um nível bastante abaixo do esperado.
Após várias campanhas nas quais a selecção teve de passar pelos fatídicos “play-offs” para se apurar, seguiu-se um Mundial de completo desacerto, prova na qual se depositavam grandes esperanças da equipa de todos nós em terras de Vera Cruz.
Depois, veio a derrota frente à Albânia e foi o “canto do cisne” para Paulo Bento e ao mesmo tempo o alerta de que o “barco” estava completamente sem rumo.
Consensual em praticamente todos os quadrantes do futebol nacional e internacional, Fernando Santos pegou no leme da selecção e cortou com o passado. Promoveu regressos e algumas estreias, mostrando que Portugal necessita de todos aqueles que estão empenhados em dar o seu melhor em prol da equipa e do país.
Criticado por uns, aplaudido por outros, o “engenheiro” demonstrou que pensa pela sua cabeça e que tem uma linha de conduta muito peculiar, que o tem norteado em inúmeros sucessos na sua já longa carreira.
A vitória na Dinamarca – com um golo do inevitável Cristiano Ronaldo – foi fundamental para a caminhada rumo ao Europeu de França de 2016, mas também para cimentar os alicerces para o futuro de uma selecção que continua a correr atrás de um título nas grandes competições.
A “era” de Fernando Santos à frente dos destinos da selecção portuguesa de futebol promete. Acredito que serão implementadas as mudanças necessárias – que obviamente levarão o seu tempo – em vários domínios do futebol lusitano, e que o novo seleccionador é o homem certo para liderar o projecto.
A vitória contra a Arménia, nesta sexta-feira, acabará por validar o triunfo na Dinamarca e é o próximo objectivo a ser atingido. As vitórias são fundamentais na consecução dos objectivos de qualquer equipa e os da nossa selecção não fogem à regra.
É verdade que o posto deixado por Paulo Bento não parecia especialmente cobiçado por alguns treinadores lusos.
José Mourinho, André Villas-Boas ou ainda Jorge Jesus declinaram publicamente. Para justificar a sua posição, o treinador dos encarnados disse mesmo que os últimos treinadores que dirigiram a selecção “saíram completamente desprestigiados”.
No entanto, o novo seleccionador, não parece assustado pela tarefa que tem pela frente e mostra-se empenhado em melhorar a imagem de uma selecção afectada pelos desaires sofridos no Brasil e depois frente à Albânia, no primeiro jogo da fase de grupos para o Europeu.
Fernando Santos, que completou recentemente 60 anos, chegou à selecção portuguesa depois de ter orientado a Grécia nos últimos quatro anos, onde é considerado um deus.
Com um vasto currículo, conta com passagens de sucesso pelo Estoril-Praia, Estrela da Amadora, FC Porto, Sporting e Benfica, em Portugal, e AEK Atenas, Panathinaikos e PAOK Salónica, na Grécia.
É competente, sério e experiente. Oxalá seja, não o engenheiro, mas o arquitecto do primeiro título da equipa de todos nós.
Álvaro Cruz
