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Campeões mundiais de futsal. Gritou-se o orgulho português em Esch-sur-Alzette
Desporto 3 min. 03.10.2021 Do nosso arquivo online
Futsal

Campeões mundiais de futsal. Gritou-se o orgulho português em Esch-sur-Alzette

Futsal

Campeões mundiais de futsal. Gritou-se o orgulho português em Esch-sur-Alzette

Desporto 3 min. 03.10.2021 Do nosso arquivo online
Futsal

Campeões mundiais de futsal. Gritou-se o orgulho português em Esch-sur-Alzette

Tiago RODRIGUES
Tiago RODRIGUES
Portugal sagrou-se este domingo campeão mundial de futsal. Em Esch-sur-Alzette, cidade com uma grande comunidade portuguesa, a noite começou tímida, mas terminou com gritos de vitória.

Mesmo no fim de tarde de um domingo chuvoso, é fácil ouvir-se falar o português, ver as cores da bandeira nacional ou escutar a voz de Rui Veloso cantada de uma qualquer janela no centro de Esch-sur-Alzette. É que naquela cidade do sul do Luxemburgo, a segunda maior do país, reside uma grande comunidade portuguesa. Também por isso, não são poucos os restaurantes e cafés lusos onde se juntam famílias e amigos para recordar o gosto da comida tradicional ou rever caras conhecidas.

No restaurante O Forno, este domingo teria sido como qualquer outro, não houvesse a final de um campeonato do mundo de futsal entre Portugal e Argentina, a primeira da equipa das quinas. Mas não foi o jogo disputado na Lituânia que atraiu os muitos portugueses que ali costumam parar. “Como hoje foi dia do pai, esteve mais cheio ao almoço. Ao domingo à noite é sempre mais tranquilo”, explicou Pedro Caetano, chefe de sala. E assim foi. Minutos antes do jogo começar, já o ecrã gigante ia mostrando as imagens da Zalgiris Arena, em Caunas, e iam soando os hinos nacionais, quando começaram a entrar os primeiros clientes.

Numa das mesas mais próximas da televisão, a família de Manuel Alves ia vibrando com os momentos iniciais da partida, mesmo não sendo grandes adeptos de futsal. “Quero é que eles ganhem, são portugueses e gosto de ver, seja futsal ou outra modalidade”, afirmou Manuel, que vive no Luxemburgo há 30 anos. A família, de Barcelos, reside em Differdange, mas decidiu ir jantar a Esch para celebrar o dia do pai. “Viemos para a ‘chicha’, comemos mais o tradicional português, seja em casa ou fora”. A comida ia chegando às mesas quando se gritou o primeiro golo de Portugal. Comia-se picanha e era vinho que se bebia. O jogo aproximava-se do intervalo, mas o barulho dos talheres já se fazia ouvir mais alto do que o relato da televisão.

A poucos metros d’O Forno, havia outro restaurante português com sala cheia, tal como previra o proprietário do Chez Luis, Filinto Silva, mas não era o jogo da seleção que se via. Foi Dani Vieira quem pediu para mudar de canal, para poder assistir à segunda parte da final do mundial. “Gosto de futsal, vi a primeira parte em casa e depois viemos aqui por causa do dia do pai”, disse o homem de 33 anos, nascido no Luxemburgo, mas filho de portugueses. Dani vive com a mulher e os três filhos em Esch e costumam passar naquele restaurante aos sábados, pela comida. Para o jantar, pediram espetada de gambas e carne de vaca, que chegou ao mesmo tempo que se festejou o segundo golo português.

O desejo de Dani era que fosse Ricardinho a marcar o golo da vitória, por ser o último jogo dele num Mundial e “já que fez tanto pelo futsal, em Portugal e além-fronteiras”, mas foi Pany Varela que brilhou com um bis na final contra os argentinos, que valeu o primeiro título de um campeonato do mundo à seleção nacional. No fim da partida, ouviram-se gritos de alegria e aplausos e o sentimento coletivo naquela sala era de orgulho português. “Não podia haver um desfecho melhor”, regozijou Dani, que apesar de gostar muito de futebol e de ser sportinguista não é “anti” modalidades e também acompanha o futsal, tanto português como luxemburguês.

Depois da conquista do mundial, o futsal português tem um futuro risonho pela frente, até mesmo Luxemburgo. “É muito bom. Só vem dar mais visibilidade à modalidade e mostrar que não era só o Ricardinho, que outros também sobressaíram neste mundial. O futebol não é só de 11”, apontou Dani, sublinhando que o futsal no Luxemburgo também “explodiu” nos últimos anos e esta vitória “vai impulsionar ainda mais”. A razão? “Talvez o efeito-moda”. Então, que Portugal erga o estandarte que vai levar o futsal ao topo do mundo.

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