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Benfica. Barrigada de golos na Luz (5:1)
Desporto 5 min. 07.03.2023
Futebol

Benfica. Barrigada de golos na Luz (5:1)

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Benfica. Barrigada de golos na Luz (5:1)

Foto: LUSA
Desporto 5 min. 07.03.2023
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Benfica. Barrigada de golos na Luz (5:1)

Rui Miguel Tovar
Rui Miguel Tovar
Grande noite na Luz com Benfica a encaixar 10,6 milhões de euros pela passagem aos ¼ final da Liga dos Campeões à custa do FC Brugge.

Dá? A pergunta de João Mário na direcção do banco de suplentes ainda hoje é válida. Aliás, é cómica. É uma das cenas do futebol mais risíveis da época 2022-23 e diz respeito aos festejos do 6:1 do Benfica em Telavive na última jornada da fase de grupos. Com esse golo de João Mário do meio da rua, o Benfica ganha o direito de substituir o PSG no primeiro lugar e escapa aos tubarões. O sorteio dá-lhe razão.

Dá? Claro que sim, o FC Brugge é o adversário ideal. O efeito surpresa dos primeiros cinco jogos (quatro vitórias e zero golos sofridos) já era, o FC Porto desmascara-o em absoluto com o 4:0 na Bélgica. À partida, o sorteio beneficia o Benfica. À chegada, idem idem. O 2:0 em Brugge é indicador de respeito no sentido em que o Benfica não embandeira em arco com o favoritismo e, sem alaridos, garante uma vantagem confortável para a segunda mão.

Dá? Ora essa, claro que dá. Até porque o FC Brugge afunda-se numa crise interna, com maus resultados na Bélgica. Já o Benfica respira saúde e dá boa conta de si. O Estádio da Luz enche-se de malta para garantir mais uma vitória e ainda o apuramento para os ¼ final da Liga dos Campeões. O significado da qualificação é generoso, qualquer coisa como 10,6 milhões de euros. Muita grana.

Daí a entrada a todo o gás do Benfica, com direito a um golo anulado pelo VAR aos dois minutos. A jogada é eficaz, entre Bah e Gonçalo Ramos. A conclusão de calcanhar de João Mário é deliciosa. Dá? Não, João, desta vez não, o árbitro anula o golo por fora-de-jogo de Gonçalo Ramos no início da jogada.

Siga a marinha, o Benfica continua solto e com vontade de incomodar o guarda-redes Mignolet. Já o FC Brugge encolhe-se e demora a soltar-se. Quando o faz, Vlachodimos mantém-se impávido e sereno. O trabalho é escasso, porque o FC Brugge nem sabe rematar à baliza em lances de bola parada, como aquele livre directo do capitão Vanaken contra a barreira.

E se é verdade que o FC Brugge acerta a marcação e começa a invadir o meio-campo contrário, também é verdade que o Benfica se sente como peixe na água para lançar contra-ataques rápidos. Num deles, aos 38’, a troca de bola é vertiginosa lá atrás e, de repente, já está nos pés de Gonçalo Ramos, descaído pela esquerda. O avançado é determinado e cruza bem para o coração da área, onde Rafa domina, controla, livra-se da marcação de Casper e finaliza com classe. Embora tenha João Mário em melhor posição, o remate cruzado de Rafa com a parte exterior do pé direito desafia a lei. A bola entra junto ao poste, sem hipótese para o atarantado Mignolet.

Está feito o resultado ao intervalo? O Benfica caminha seguro para os ¼ final e o FC Brugge volta à estaca zero no sentido de se sentir preso por arames e sem qualidade para sair com a bola jogável desde a sua área – contam-se pelos dedos do capitão gancho as situações de sucesso da sua área até ao meio-campo.

Nos descontos, mais uma jogada com princípio, meio e fim do Benfica entre Aursnes e João Mário. Já dentro da área, Gonçalo Ramos dribla habilmente Mechele, tira Casper da frente e remata de pronto com o pé direito para o 2:0. É o delírio justificado na Luz, e ainda o 22.º golo de Gonçalo Ramos em 2022-23. Pelo Benfica, claro. Se acrescentarmos os quatro pela selecção, com aquele hat-trick vs. Suíça pelo meio, a conta sobre para 26. Em grande.

Agora sim, está feito o resultado ao intervalo. Reencostem-se e desfrutem da segunda parte. Oh yeah, o Benfica dá água pela barba e pisa a goleada. Gonçalo Ramos bisa numa outra jogada bonita do ataque, com cruzamento rasteiro do lateral esquerdo Grimaldo e conclusão cínica (e vão 27).

Aos 70 minutos, com tudo mais-que-resolvido, o 4:0 de João Mário na conversão de uma grande penalidade a castigar falta desastrosa de Sylla sobre o recém-entrado Gilberto. Está 6:0 no conjunto das duas mãos, o Benfica joga e passeia-se com um à vontade sensacional. Até dá para o quinto da noite, obra dos suplentes João Neves (assistência) e David Neres (golo). O FC Brugge está desorientado e passa um minuto ou mesmo dois sem tocar na bola.

Quando o altifalante anuncia 61.018 espectadores na Luz, o FC Brugge enche-se de brio e vai lá à frente num raro momento de lucidez com Buchanan a sair da direita para o meio antes do passe para o remate de primeira de Meijer. É o ponto de honra do FC Brugge e desce o pano da Liga dos Campeões. Para a Bélgica, claro está. A bandeira de Portugal está bem içada.

Sob o apito do turco Umut Meler, eis os actores principais e secundário da Luz:

BENFICA Vlachodimos; Bah (Gilberto 63), Otamendi (cap) (Morato 74), António Silva (Lucas Veríssimo 88) e Grimaldo; Chiquinho (David Neres 63) e Florentino; Aursnes, Rafa e João Mário (João Neves 74); Gonçalo Ramos

Treinador Roger Schmidt (alemão)

FC BRUGGE Mignolet; Mata (Odoi 62), Mechele e Sylla; Buchanan, Sowah (Nusa 75), Vanaken (cap) (Rits 75), Nielsen e Meijer; Noa (Onyedika 46) e Yaremchuk (Jutglà 62)

Treinador Scott Parker (inglês)

Marcadores 1:0 Rafa (38); 2:0 Gonçalo Ramos (45+2); 3:0 Gonçalo Ramos (57); 4:0 João Mário (71 gp); 5:0 David Neres (77); 5:1 Meijer (87)

*O autor escreve ao abrigo do antigo AO.

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