Novos discos de Madredeus, Mísia, Débora Rodrigues e Rodrigo Leão editados esta sexta-feira
Novos discos de Madredeus, Mísia, Débora Rodrigues e Rodrigo Leão editados esta sexta-feira
Um disco com uma actuação inédita de Amália Rodrigues, o duplo CD de Mísia e os novos álbuns de Débora Rodrigues, Madredeus, Rodrigo Leão e María Berasarte, são algumas das novidades discográficas colocadas à venda esta sexta-feira.
O CD “Tivoli 62” regista, parcialmente, a “festa de homenagem” ao fadista e animador artístico Filipe Pinto, em Novembro de 1962, que contou com a presença de Amália Rodrigues, e as de Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, Fernando Farinha e do próprio Filipe Pinto (1905-1968), que interpreta “Desespero”.
“Esta é a parte do espectáculo que foi gravada, pois o elenco desse dia também incluiu Manuel Fernandes, Max, Artur Ribeiro, Celeste Rodrigues e Eugénia Lima, entre outros”, advertiu Frederico Santiago, coordenador da edição.
Referindo-se a Amália Rodrigues, Santiago disse à Lusa que a época desta gravação “coincide com o período do ‘nascer de uma nova artista', quer pela incorporação de novo repertório de Alain Oulman, quer pelo facto de a sua voz se tornar mais grave, o que a caracterizaria a partir daí”.
Mísia canta "Para Amália"
“Para Amália”, o título do duplo CD de Mísia, conta com as participações do actor Rogério Samora e das cantoras Maria Bethânia e Martirio.
Em declarações à Lusa, Mísia afirmou que este era “um projeto que há muito tempo tinha em mente”, tendo referido que fez um “caminho inverso ao que se costuma fazer, que é começar cantando temas da Amália”, apesar de “pontualmente ter cantado” e gravado temas da fadista, como “Lágrima” ou “Fado do ciúme”.
Um CD, o que a fadista qualifica de “mais profundo” é composto por nove fados do repertório de Amália, entre eles “Amor sem casa”, que conta com a participação do ator Rogério Samora, “Tive um coração, perdi-o”, “Prece”, “Romance”, “Vagamundo” e “Rasga o passado”.
O CD “mais solar” inclui as participações especiais de Maria Bethânia, com quem Mísia interpreta “Amália sempre e agora”, e Martirio, com quem partilha a interpretação de “María la portuguesa”, um tema de Carlos Cano, que o gravou com Amália.
Os inéditos são “Amália sempre e agora”, “Madrinha de nossas vidas”, “Uma lágrima por engano” e “Amália que não existo”.
"Fado no Coração" de Débora Rodrigues
“Fado no coração” é o título do novo álbum de Débora Rodrigues, que inclui duetos com José Cid, Tozé Brito e Miguel Ramos, e que a fadista definiu como "um contar de emoções e histórias de vida".
O CD é constituído por 14 faixas, entre elas, “Há quanto tempo não canto”, de Fernando Pessoa, que Débora Rodrigues gravou na melodia Fado Meia-Noite, de Filipe Pinto, e é o single de apresentação do álbum.
"Capricho sentimental" dos Madredeus
"Capricho sentimental" é o título do novo álbum dos Madredeus, com a nova formação liderada por Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica) e constituída por Beatriz Nunes (voz), Ana Isabel Dias (harpa), Carlos Maria Trindade (teclas) e Luís Clode (violoncelo).
Ayres Magalhães é o principal compositor e autor, assinando a maioria das 14 canções, que constituem o CD, que abre com "Existimos no céu", e conta ainda com os temas "Ouve as ondas do mar", "Ideal d'amor" e encerra com "Na Lusitânia". Nas autorias regista-se ainda o nome de Carlos Maria Trindade que, entre outras, assina "Águas passadas", "A hora mais triste", "Luz rosa poente" e "Mil segredos".
Maria Berasarte chega com "Súbita"
A cantora María Berasarte afirmou que se assume como “cantora ibérica”, no novo disco, “Súbita”, em que canta temas inéditos assinados por autores como Eugénia de Vasconcelos e Lucas Álvarez Toledo, entre outros.
“O meu canto é muito influenciado pelo fado, mas, neste CD, quis mostrar o meu universo musical mais amplo, sinto-me ibérica”, disse a cantora à Lusa.
Referindo-se ao título do álbum, afirmou: “’Súbita’ pode ser inesperado, na medida em que as pessoas aguardavam que eu continuasse a gravar numa linha mais marcada pelo fado, mas este é um disco que define muito bem o meu mundo musical”.
Rodrigo Leão edita "Retiro" pela Deutsche Grammophon
Esta sexta-feira é também publicado o álbum "Retiro", do músico português Rodrigo Leão, o seu primeiro disco na editora alemã Deutsche Grammophon. O álbum foi gravado com o Coro e a Orquestra Gulbenkian.
Ao fim de 30 anos ligado à música, desde a fundação dos Sétima Legião, Rodrigo Leão edita pela primeira vez naquela editora discográfica de renome mundial e trabalha, também pela primeira vez, com a Orquestra Gulbenkian.
"Retiro" é "um disco mais espiritual, muito cinematográfico, é quase um momento de reflexão em relação à nossa existência", conta Rodrigo Leão.
Rodrigo Leão vai apresentar o álbum em três concertos que vão contar com a participação do Coro e da Orquestra Gulbenkian - quase uma centena de pessoas -, sob a direcção do maestro Rui Pinheiro: no dia 18 de Novembro no Coliseu do Porto, e nos dias 20 e 21 desse mês, no Coliseu de Lisboa.
O álbum "é quase uma espécie de elogio à vida". "Tem muita esperança, tristeza, tem todos os sentimentos que habitualmente estão presentes na minha música, a melancolia", referiu em declarações à Lusa.
"Retiro", que foi misturado em Berlim, conta ainda com o quarteto de cordas que habitualmente toca com Rodrigo Leão - Viviena Tupikova, Bruno Silva, Carlos Tony Gomes e Denys Stetsenko -, e ainda com a acordeonista Celina da Piedade e a cantora Selma Uamusse.
