Mais arte e diversão no mundo. O último apelo do músico Chick Corea
Mais arte e diversão no mundo. O último apelo do músico Chick Corea
O lendário pianista e compositor de jazz “Chick” Corea morreu aos 79 anos, na passada terça-feira, 9 de fevereiro, nos EUA. O músico foi vítima de uma forma rara de cancro, mas deixou uma “esperança” para todos os que lhe sobreviverem: que o mundo tenha “mais arte e diversão”.
A notícia da sua morte e a mensagem de despedida do artista foram divulgadas esta quinta-feira pela família, através do seu site. No texto Armando Anthony “Chick” Corea deixou um agradecimento aos “formidáveis amigos músicos" que o ajudaram a cumprir “a missão de levar a alegria da criação a todos os lugares possíveis”.
“Ter alcançado esta missão juntamente com os artistas que admiro tanto, esta foi a riqueza da minha vida”, escreveu Corea, acrescentando partir com a "esperança que todos os que tenham inspiração para escrever, tocar, interpretar ou outro o façam”. “Se não por vocês, então façam-no pelo resto de nós. Não se trata apenas de o mundo precisar de mais artistas, também é muito divertido”, escreveu.
O pianista e compositor é considerado um dos precursores do jazz de fusão, desde o final dos anos 1960, quando sucedeu a Herbie Hancock, nos agrupamentos do trompetista Miles Davis - com quem trabalhou num dos mais famosos álbuns de jazz de todos os tempos, 'Bitches Brew' – tendo colaborado com músicos como Dave Holland e Jack DeJohnette, cruzando "free jazz", improvisação e elementos vindos do "rock'n'roll".
Desde a década de 1960, trabalhou também com Stan Getz ou Herbie Mann, entre outros músicos que despontaram na emergente cena jazz de Nova Iorque.
A sua própria banda, Return to Forever, é considerada uma das que inaugurou a era do jazz de fusão.
Ao longo de meio século, Chick Corea explorou sempre distintas áreas musicais e as suas zonas de fronteira, e manteve o trabalho com músicos de diferentes expressões.
Nascido a 12 de junho de 1941, em Chelsea, no Estado americano do Massachussets, era filho de um trompetista de jazz, que foi responsável por o ter iniciado no piano, aos quatro anos de idade.
Com uma carreira de mais de meio século e várias dezenas de álbuns editados, a partir do final da década de 60, do século XX, conquistou vários prémios, entre os quais 23 Grammy.
O seu último disco, 'Plays', foi lançado em 2020 e é um testemunho ao virtuosismo e ecletismo de Corea, dentro de estilos que ajudou a tornar incontornáveis, como o jazz bebop, e até música clássica.
O músico tinha concerto marcado para 14 de março deste ano no Luxemburgo. Chick Corea iria apresentar-se em concerto na Philharmonie, com os músicos Carlitos Del Puerto e Marcus Gilmore. O espetáculo foi cancelado na sequência da morte do pianista.
"É com grande pesar que a Philharmonie tem de anunciar que, devido ao falecimento de Chick Corea, o concerto que estava marcado para 14.03. foi cancelado", informou o espaço no seu site.
Com agências
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