Festival das Migrações festeja 40 anos com "edição especial"
Festival das Migrações festeja 40 anos com "edição especial"
Com cerca de 400 stands, o maior evento multicultural do Luxemburgo regressa, em grande, este fim de semana à Luxexpo The Box, o espaço de exposições em Kirchberg.
No ano em que festeja os 40 anos de vida, promete "uma edição especial" com dois dias de debates, convívio, música e uma aldeia muito especial. A organização espera que cerca de 30 mil pessoas passem pelo evento.
Aumentar a participação política e cívica dos estrangeiros nas eleições comunais é uma preocupação do Comité da Ligação das Associações de Estrangeiros (CLAE) que organiza o festival.
Para favorecer esta participação, há uma novidade na edição deste ano: um stand onde vai ser possível inscrever-se online para votar nas comunais de 11 de junho. Os residentes só precisam de lever o seu token para o fazer.
Para motivar os mais jovens para a participação política vai haver também jogos de vídeo. Tudo num novo espaço que é outra das estreias desta edição: a criação de uma aldeia-mundo do festival, um espaço em que artistas em residência vão poder interagir e apelar ao envolvimento dos participantes.
"Queremos dar a palavra a todas as migrações e às suas reivindicações", explica Pascal Zaourou, presidente do CLAE. Com este evento pretende-se "refletir a importância da diversidade cultural e social da atualidade", sublinha.
Esta edição de aniversário que se realiza a 25 e 26 fevereiro vai decorrer das 12h às 00h no sábado e das 12h às 20h no domingo.
Depois de três anos de pandemia, o Festival regressa a casa à LuxExpo num espaço com mais 12.000 metros quadrados. O coordenador do festival, Alain Randresy, promete "uma nova dinâmica".
Há também muitas conferências onde se promovem debates sobre temas como a violência doméstica, a revolução no Irão, a Guerra na Ucrânia ou o problema da habitação.
Na gastronomia vai haver também mudanças: em vez dos grandes stands de cozinhas portuguesa, italiana e cabo-verdiana, a comida vai ser vendida nos stands de todas as associações.
O Festival das Migrações é um sinal de "como a comunidade portuguesa está bem integrada no Luxemburgo pela forte participação das suas associações", afirma Daniel Bastos, um escritor português especialista em emigração que também irá estar presente.
Em 400 stands há 19 lusófonos
Ao todo haverá cerca de 400 stands e cerca de 19 serão lusófonos. Por países, Angola terá a Association Angola-Events e a Organização dasMmulheres Solidárias com Angola.
O Brasil vai contar com 100% Brasil de Coração, Capoeira Team Luxembourg e Tom de Percussão Luxemburgo.
Cabo Verde será representado pelos Ami ku Nhos, MeMaia, Cap Vert Espoir et Développement, EducAction Cap-Vert, Federação das Associações Cabo-verdianas do Luxemburgo e Grupo Amizade das Mulheres Cabo-verdianas no Luxemburgo.
Da Guiné-Bissau participam o programa guineense da Rádio Latina, Guinendadi, o Reagrupamento das Associações Luso-guineenses do Luxemburgo e a Associação Filhos de Descendentes e Amigos de Canhobe-Luxembourg.
Moçambique volta a contar com a Maison du Mozambique e Portugal será representado pelo Grupo Etnográfico do Alto Minho, Radio Latina, jornal Contacto e Notícias do Luxemburgo.
Salão ArtsManif com 13 artistas plásticos e fotógrafos lusófonos
O salão ArtsManif, que acompanha o festival há vários anos, tem este ano uma novidade. Vai organizar uma "residência pop-up" para as artes plásticas, fotografia e cinema.
O objetivo, segundo o CLAE, visa "encorajar o diálogo entre o envolvimento cívico e a criação artística".
Na residência fotográfica vão participar Paulo Lobo (sábado, 14h30 sala rés-do-chão), Marlee Dos Reis e Magalie Dos Santos Gonçalves. Na residência de artes plásticas participam Fátima de Moura, Adi Monteiro e Manuel Dias.
Quanto a exposições, o salão ArtsManif vai acolher obras de Fernando Resende, Nuno Joaquim Cardoso Quintino, Bia Morais, Sérgio António da Costa Pereira, Marco Perna e Tinna Silva.
Pedro Chagas Freitas e João Tordo no Salão do Livro
Como tem sido habitual, o Salão do Livro volta a acolher vários escritores portugueses, mas também dois autores guineenses.
Os destaques serão os encontros com Pedro Chagas Freitas, autor de vários bestsellers (às 13h de domingo), e João Tordo, Prémio José Saramago 2009 (às 14h30 de domingo), sob proposta da livraria Pessoa.
Na lista dos escritores de língua portuguesa estão ainda José Luís Correia, Maria Inês Almeida, Vasco Espírito Santo, Artur Furtado e os guineenses Manuel da Costa e Cristiana Catchia.
Maria Inês Almeida e Pedro Chagas Freitas, duas vozes da literatura portuguesa contemporânea, são os escritores portugueses convidados pela Coordenação do Ensino Português no Luxemburgo.
(Com Henrique de Burgo)
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