A portuguesa que assusta Lisboa com o terror do Luxemburgo
A portuguesa que assusta Lisboa com o terror do Luxemburgo
O Luxemburgo inspira o terror, um dos géneros mais fantásticos e arrepiantes da sétima arte. Isso mesmo diz Sara Lopo, a portuguesa coordenadora do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa - Motelx, que anualmente enche as salas do Cinema São Jorge, na capital portuguesa.
O fascínio pelos filmes que fazem gritar, tremer e dar saltos de medo nas cadeiras foi crescendo com Sara Lopo, de 31 anos, no Luxemburgo, onde nasceu, cresceu e viveu com os pais portugueses até aos 18 anos.
Como conta, os passeios que fazia em criança pelas florestas e bosques do Grão-Ducado despertavam nela o “horror”, deixando a sua imaginação voar com criaturas e situações de terror nos recantos da natureza. “Chegava mesmo a assustar-me comigo própria”, conta a rir Sara Lopo, frisando que aquele que também considera o seu país é um bom cenário para inspirar este género de cinema.
“O Luxemburgo é um país muito bonito que adoro, com paisagens fantásticas e que são ao mesmo tempo ideais para os filmes de terror e suspense. Pela natureza verde, florestas, pelo clima sempre nublado, chuvoso e frio, que cria uma luz e atmosfera propícia e misteriosa para estas histórias”, diz a responsável pela produção e programação do Motelx, amante confessa deste género de cinema.
“Adoro estes filmes pelo espetáculo, mas também porque, para mim, são uma forma de ultrapassar os meus próprios medos e ansiedades. Quando era mais nova chegava a ter pesadelos depois de assistir aos filmes mas continua sempre a querer ver”, conta a sorrir.
O Luxemburgo é um país com paisagens fantásticas e ideais para os filmes de terror e suspense
Sara Lopo
O lobisomem luxemburguês
Desde 2016, um ano depois de se mudar para Portugal, que Sara Lopo faz a curadoria do Motelx, o mais importante evento de cinema de terror na capital. Mas, este ano, tem um motivo de orgulho extra: a apresentação de um filme de horror realizado e produzido exclusivamente no Luxemburgo.
“Wolfkin”, do realizador luxemburguês Jacques Molitor, é um dos destaques do festival e faz a sua segunda estreia em Portugal, neste evento, com uma sessão esta sexta-feira, às 19h e nova sessão, sábado, às 14h40. É a primeira vez que um filme do género luxemburguês integra o cartaz internacional do Motelx, e esta sexta-feira, a sessão de “Wolfkin” vai contar com a presença do próprio realizador, Jaques Molitor, para apresentar o filme, explicar como é filmar no Luxemburgo e conversar com o público.
A sala já estava quase lotada na manhã de sexta-feira, o que deixa Sara Lopo ainda mais satisfeita. O Luxemburgo sempre teve uma forte produção de cinema pelos apoios e paisagens, mas continuam a ser poucos os filmes 100% luxemburgueses que saem do país, frisa Sara Lopo. Então, quando se fala do fantástico e do horror as produções ainda são mais raras. “Por isso, deixa-me muito feliz por trazer este filme a Lisboa, uma produção 100% luxemburguesa realizada totalmente no país e que é um filme de terror puro, de lobisomens”.
O filme centra-se numa criança que se vai transformando num lobisomem. Perante os comportamentos estranhos e incontroláveis do filho, a sua mãe, solteira, decide visitar a família paterna da criança, no Luxemburgo. É então que acaba por descobrir a verdadeira natureza da família, conta a sinopse de “Wolfkin”.
Levar o terror ao Grão-Ducado
Pelo amor que tem ao Grão-Ducado, país que considera a sua “casa”, o lugar que melhor conhece e onde os pais ainda vivem, Sara Lopo confessa o desejo enorme de poder organizar um evento de cinema de terror e fantástico no Luxemburgo.
Pelo grande sucesso do Motelx, sempre com lotação esgotada, sabe que os portugueses adoram este género da sétima arte, e perspetiva que os residentes no Luxemburgo também gostem.
Para os adolescentes ir ver filmes de terror com amigos é uma mistura de medo e diversão
Sara Lopo
“O terror funciona em qualquer lado”, explica a portuguesa, realçando a enorme variedade que compõe este género de filmes, desde a comédia, ao suspense até ao terror puro.
Apesar de ter tido sempre um público fiel, o terror é visto como um nicho de mercado, mas a verdade é que cada vez mais o público aprecia estes filmes, diz a responsável pelo Motelx. Sobretudo, os adolescentes e jovens, “para quem ir ver filmes de terror com amigos é uma mistura de medo e diversão”. Tão depressa gritam para o protagonista na tela, “sai daí”, como se assustam e riem.
Além de entretenimento, este festival de cinema também tem como missão divulgar o que se faz em Portugal no estrangeiro, ao mesmo tempo que traz ao país filmes e produções internacionais, indica Sara Lopo. Por isso, para esta portuguesa educada no Grão-Ducado faz todo o sentido levar a sua paixão e experiência ao Luxemburgo.
O Motelx está a decorrer de 6 a 12 setembro no Cinema São Jorge, em Lisboa, com um cartaz variado de 120 filmes, curtas e longas metragens mostrando o melhor do terror e do fantástico em Portugal e no estrangeiro.
Tem ainda uma secção infantil, o “Lobo Mau” com produções dedicadas e adequadas aos mais novos e onde tudo lhes é explicado. Todo o cartaz e informações desta edição do Motelx podem ser encontradas no site do festival.
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