Se a "ideia" é a mudança política na Rússia (...) para quê usar empresas europeias (como a Barilla ou tantas portuguesas) como carne de canhão nessa guerra moral?
Um pouco por todos os Estados Unidos sindicatos estão a ser criados através da resistência dos trabalhadores. Apesar das chantagens e represálias de empresas todo-poderosas.
Podemos apreender um iate ou um avião, mas quando o dinheiro já está infiltrado sem rasto em empresas, imobiliárias, investimentos, vamos confiscar o quê?
O espaço mediático de discussão estreitou de tal maneira que o mundo foi reduzido a leituras simplistas, a preto e branco, em que qualquer tipo de análise se reduz ao "não estás por mim, estás contra mim".
Há muito tempo que não se via um Pedro Almodóvar politizado. Como diz uma das personagens no seu último filme: "É hora que te inteires em que país vives".
Claro que o que nos foi imposto como austeridade térmica era apenas pobreza energética: os meus pais diziam que o frio formava carácter, mas era mesmo porque não podiam pagar a conta.
O "sabe quem eu sou?" é uma espécie de revista Caras do poder esfregado na nossa cara pela banalização quotidiana que os media fazem da concentração abjecta de riqueza.
Um estado terceiro decide sobre a legitimidade de um chefe de estado, para que outro suposto chefe possa aceder à conta bancária de um estado que não chefia. Só podia estar escrito nos anais dos estados coloniais.
A limitação de viagens de ou para África só pode ser o resultado de uma postura colonial dos governos do norte global e das farmacêuticas ao seu serviço.
Num universo cheio de causas, caridade e milionários como o futebol, surpreende-me que ainda ninguém tenha decidido boicotar o próximo Mundial no Qatar.
No centenário do Nobel português, importa menos discutir a "dificuldade" da sua obra, do que lê-la e celebrá-la em voz alta, precisamente como José Saramago a sonhou.
Nas ruas de Glasgow grita-se contra o capitalismo. Lá dentro, na COP26, governos, líderes e corporações lavam de verde as mãos negras de combustíveis fósseis
Um inquérito em Cambridge revelou que quase metade dos tutoriais são dados por trabalhadores sem contratos. É a Universidade uberizada beneficiando da "economia da partilha".